segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Voltar ou o ponto de partida para um novo começo.

Volto à escrita. Mas desta vez já não sou o que era. Sou apenas eu. Depois do rebentamento da grande bolha ilusória e especulativa volto recriada pelas repercussões da vida real. È dura a realidade. Mas a mesma dureza que parte os ossos permite sustentar os mais monumentais e perenes castelos. A grande obra assenta fundações na laje sólida. É preferível a dura realidade à etérea ilusão. E no entanto por vezes somos crianças a ter que optar entre um diamante em bruto ou uma nuvem de algodão doce. Não hesitamos. (…) Como quem se tenha afastado para colar todos os fragmentos de si mesma e volte renovada. Escrevo para mim finalmente, francamente. Sem pretensões. Sem farsas. Sem ilusões. Sem máscaras ou exibicionismos. Sem teatralidade. Escrevo dramaticamente nua. Escrevo para me aquecer. Escrevo simplesmente. Finalmente! Penso cada vez mais que a escrita é um acto solitário e individualista. Escrevo para me completar. Escrevo para mim. Quem quiser que espreite. Que bom que é voltar. Ao princípio, ao começo. Ao re-começo!



domingo, 13 de julho de 2008

Mitos para a Vida

A Fénix é conhecida como uma ave magnífica, cujo tamanho era de uma águia. Na sua cabeça havia uma crista muito brilhante e as suas penas eram cor púrpura, excepto no pescoço (douradas) e na cauda (brancas); os seus olhos eram muito brilhantes. Segundo dizem, habitava o deserto e lá vivia por cerca de seiscentos anos.
Quando a Fénix percebia que a sua vida secular estava a chegar ao fim, fazia um ninho com ervas aromáticas, que entrava em combustão ao ser exposto aos raios do Sol. Em seguida, lançava-se ás chamas para ser consumida até quase não deixar vestígios. Do pouco que sobrava de seus restos mortais, arrastava milagrosamente uma espécie de larva de fogo que se desenvolvia de maneira rápida para se transformar numa nova ave, idêntica à que havia morrido...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A (irritante) persistência da memória...




Salvador Dalí. (Spanish, 1904-1989). The Persistence of Memory. 1931. Oil on canvas, 9 1/2 x 13" (24.1 x 33 cm). Given anonymously. © 2008 Salvador Dalí, Gala-Salvador Dalí Foundation/Artists Rights Society (ARS), New York

@MoMA, NY

sábado, 31 de maio de 2008

Vem [simplesmente] sentar-te ao meu lado...

O fim de qualquer relacionamento amoroso traz sofrimento. E o engraçado é que não importa se esse relacionamento era muito feliz ou se causava desconforto ou nos privava da nossa autenticidade ou vitalidade. No final fica-se sempre com aquele "desconforto" do "fim". Mesmo que saibamos que estamos muito melhor sozinhos, mesmo que saibamos que é provavelmente esse o nosso destino, mesmo que até sintamos que não valeria a pena continuar com a farsa ou com a mentira de um namoro coxo, incompleto e tosco, no final ficamos sempre tristes. E ás vezes até choramos porque acabou. Mesmo que desde o inicio tenhamos sempre tido e certeza de que um dia iria acabar. Mesmo que tenhamos presente a "inevitabilidade" da finitude de todas as coisas. O espírito humano parece incompatível com o rompimento de ralações, de laços. Já para não dizer que parece que ficamos irremediavelmente ligados a essa pessoa para sempre, quer queiramos quer não, como uma fatalidade, até que uma qualquer doença neurodegenerativa se encarregue de eliminar a lembrança "do que passou" e paradoxalmente nos liberte dessa experiência. Isto leva-me a outra questão: haverá um e um só amor, aquele que permitirá um relacionamento á prova de quebra, aquele que será feito á nossa medida e como tal "para sempre"? Um amor completo e verdadeiro que desperta o melhor de nós, que nos faz por um lado ver o sagrado da natureza e por outro nos transforma em Übermensch? Se a resposta for sim, o que me parece lógico pois de que outra maneira se justificaria o "desgosto do fim", esse sentimento patológico, então para quê nos envolvermos intimamente, para quê permitirmos a partilha da nossa vida e da nossa interioridade com alguém que não é "o tal"? Se não é perfeito para nós, se é só assim-assim, se tem este e aquele defeito insuperáveis, se é baixo, ou se é gordo, ou se é careca, ou se não gosto disto ou daquilo, se me enerva a maneira como sei-lá-o-quê,... então para quê sequer começar esse processo de partilha íntima? Não será uma total perda de tempo, um desgastar da nossa Alma? Já para não dizer que estaremos irremediavelmente a tatuar essa pessoa na nossa vida. E para quê insistir neste erro? No final estará sempre o desgosto e a impossibilidade da amizade sincera e desprendida.

(...)

Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)


Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.


Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.


Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.


Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.


Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.


Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.


"Vem sentar-te comigo Lídia..."

Ricardo Reis, Odes


domingo, 25 de maio de 2008

Sobre a Liberdade

A obra original dá pelo nome de "On Liberty" e é da autoria do filósofo inglês John Stuart Mill. Publicado em 1859, o autor (e citando a contracapa do livro das Ed. 70) : «apresenta a defesa clássica da posição de que o estado deve evitar ao máximo interferir na vida das pessoas». A obra de John Mill «foi muito influente tanto na filosofia política do século XX, como na própria política. O seu objectivo fundamental é asseverar o princípio do dano, de acordo com o qual o estado só está justificado em interferir na vida das pessoas para evitar que se cause dano a outras. Sobre a Liberdade apresenta também aquela que é provavelmente a mais poderosa defesa alguma vez feita da liberdade de expressão – defesa que pode ser aceite independentemente de se aceitar ou não a posição geral de Mill.»

Talvez um ponto memorável desta obra seja a frase "Sobre si mesmo, sobre seu próprio corpo e mente, o indivíduo é soberano". Mill é compelido a dizer isto em vista do que chama de "a tirania da maioria" (noção extraída Da democracia na América de Alexis de Tocqueville) em que, através do controle da etiqueta e da moralidade, a sociedade é um poder não eleito capaz de coisas horríveis; todos sabemos o quão difícil é ser "original", "excêntrico" ou simplesmente "diferente" da maioria. Infringir o pré-estabelecido é invariavelmente encarado pela sociedade como uma afronta à qual Mill se opõe com todas as forças desenvolvendo uma incrível defesa do valor da individualidade enquanto acto de libertação da norma social castradora. Para Mill é desejável criar pessoas "diferenciadas" pois só assim a sociedade evolui. O seu trabalho pode ser considerado neste sentido uma reacção ao controlo social exercido pela maioria em defesa da decisão individual sobre si.

Obviamente recomendo!

Sobre a Liberdade
John Stuart Mill
Editora: Edições 70
Ano: 2006
ISBN 9789724412818 | 196 págs.

Para aqueles mais preguiçosos ou com menos tempo há na net audio-livros desta obra. Deixo o link para os interessados http://librivox.org/on-liberty-by-john-stuart-mill/


domingo, 11 de maio de 2008

BRAVO!

and what have I done so far? Nothing. I feel ashamed. She was only 12...I wonder where Severn Suzuki is now.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Livre Arbítrio

Temos ou não? O que estará pré-determinado? Que condicionantes operam na nossa vida? Até onde somos livres? Poupo-vos uma parte do desafio filosófico dando-vos de bandeja um conjunto de pistas através deste vídeo; é apenas uma teoria mas que faz, quanto a mim, muito sentido. E vocês, o que acham? Faz sentido? Sintam-se LIVRES para responder!



nota: o facto de se tratar de um cabalista a apresentar o tema não é relevante; bem, pelo menos não para já...
;)

domingo, 4 de maio de 2008

10 ways the world could end...

"ah, you laugh you fools"
It´s indeed faster and "easier" than you think and it´s not just about terrorism. It´s worth a listen, believe me!

Sugestão

Ultimamente tenho-me interessado pelo "choque de civilizações" assim apelidado por Huntington. Quem me conhece sabe também que tenho uma especial curiosidade por tudo o que acontece no seio da sociedade Holandesa. Digamos que a Holanda é um "modelo" para mim no sentido em que, sempre preocupada com a devida utilização, com a justa, a correcta utilização da Liberdade, este "desenvolvido" país está no imaginário colectivo como um lugar onde tudo é permitido e onde a Liberdade perece expressar-se plenamente. Acontece porém que se vive um estado de desnorte na sociedade Holandesa. Sinto-os tristes, perdidos, confusos. Li há uns tempos que até há quem pretenda fechar o celebérrimo Red Light District (Turn Out the Red Light? Amsterdam plans to close down its most famous district, citing sleaze, criminal activity and human trafficking. Not everybody is happy about it) onde, diga-se de passagem, é impressionante ver as meninas em vitrines como se estivessem num talho. Quando visitei Amesterdão uma sensação estranha apoderou-se do meu espírito: o tempo cinzentão, as grandes praças, a multidão "escurecida", constituída maioritariamente por muçulmanos, que deambulava de um lado para o outro, os inúmeros canais, as pontes e os barcos, as fachadas inclinadas em direcção ao passeio ameaçando as nossas cabeças, desafiando a gravidade a cada momento, os milhões de bicicletas, os carros velhos (ou pelo menos muito menos vistosos que os nossos!), as lojas de waffles, de sapatos excentricos e de roupas estranhas, as sobre lotadas coffee-shops, as flores, o gosto agradável da Amstel. Como bons turistas que somos não resistimos a fazer o sight seeing tour mas de barco, claro, não estivéssemos nós numa cidade 3 m abaixo do nível médio do mar (Schiphol, o aeroporto, tem um desnível de quase 5 m!!). Ao entrarmos para o barco perguntamos "Can we smoke inside the boat?" ao que o simpaticamente bruto holandês (parente afastado de algum pirata) respondeu "Of course! You´re in Amsterdam! Here, everything is allowed!"; o meu amigo continuou a fumar alegremente com um brilhozinho nos olhos que parecia dizer "Isto sim, é uma cidade!". No entanto a atracção principal, aquilo por que esperávamos, era a noite de Amsterdão. Começava aos poucos a desvendar-se pelo som que saía, cada vez mais audível, das discotecas e bares. Fulminante. Uma agitação inigualável. Sentia-se a adrenalina de estar num sítio potencialmente perigoso. As caras eram estranhas em cada esquina. Dealers ás dezenas ofereciam-nos "the best weed in town". O red light ruborizava-me a cara. De vez em quando desviava o olhar. As ruas eram estreitas e sujas. De repente "Drop your beer on the floor now!". Era um policia que falava connosco. "It´s strictly forbidden to drink alcohol at the Red Light District! Pour the beer on the floor and put the can on the trash bin immediately!!". Um homem encorpado que montava uma não menos imponente mota, bem ao género da nossa PSP. Olhámos uns para os outros. Será que tínhamos percebido bem? Era para deitar as bebidas fora? "Drop the drinks NOW!" Ok Ok. Era mesmo isso. Que mal! Eu que tinha acabado de abrir a cerveja (500 ml!!) e só tomado um gole! Os meus amigos estavam pior: traziam whisky-cola... Como podiam eles proibir que bebêssemos álcool naquela zona?! Que grande "pecado" realmente beber cerveja na rua! As prostitutas, proxenetas e traficantes em geral podiam levar a mal...Não ripostamos e derramamos as bebidas no chão, em fios espessos, que escorreram espumosamente para o bueiro. Continuamos o nosso périplo por Sodoma. De facto, sentia-se um ambiente de permissividade. De promiscuidade até. Sentíamo-nos super-homens tal o domínio que aparentavamos ter sobre tudo o que nos rodeava. Tínhamos a sensação de poder fazer o que nos apetecesse até que chegasse alguém e nos dissesse o contrário.

Terá sido Theo Van Gogh vítima deste sentimento? Sentiria ele que tudo lhe era permitido? Sentir-se-ia um super-homem numa super- cidade? Sentiria ele que dominava todas as situações? Haveriam limites para Theo? Até que ponto ele poderia ter chamado aos marroquinos/muçulmanos "fodedores de cabras" e não esperar consequências? Em nome de uma suposta liberdade de expressão tão típica da cultura holandesa, Theo Van Gogh usou a palavra. Usou ou abusou? Que razões estão por detrás do assassinato de Theo, ou melhor, o que levou Mohammed Bouyeri a agir daquela forma particularmente violenta, naquela manhã fria de 2 de Novembro de 2004? O que levou o jovem a matar, sem pestanejar perante o pedido de misericórdia da vítima- "Não faça isso! Peço-lhe que não faça isso!". Claro que não há desculpa para um assassino mas até que ponto é razoável chamar a Theo "mártir da liberdade de expressão" a ponto de lhe erguerem um monumento em Oosterpark? Ficam as questões. Se quiserem tentar vocês mesmos perceber o que se passa neste momento na cidade onde tudo é permitido aconselho a lerem "A morte de Theo Van Gogh e os limites da tolerância", do jornalista holandês Ian Buruma. Um livro daqueles que não se consegue parar de ler até chegar ao fim e quando se chega, recomeça-se.

De Schreeuw (O Grito) Memorial a Theo van Gogh e símbolo da Liberdade de expressão

quinta-feira, 24 de abril de 2008

(Re)pensar a Liberdade

Para aqueles que não viveram a ditadura, a revolução de Abril são fotografias, pessoas na rua, a grândola Vila Morena, cravos e espingardas, militares e uma shaimite (ou várias, nem sei ao certo), generais e capitães, gritos de exaltação à Liberdade. Ah, a Liberdade enfim!Quem a viveu sente-a, quem não a viveu assiste «de fora» e compraz-se com o facto de não ter passado pelo horror do Salazarismo e ter crescido com toda a liberdade possível. Torna-se realmente difícil saber o quão maravilhosa é a liberdade quando nunca se esteve «cativo». Eu nem sequer tive a sorte de ter uns avós ou uns tios daqueles que tivessem vivido nos dois períodos, na ditadura, durante a própria revolução e no período que se seguiu, que me contassem entusiasticamente como tudo foi e o que mudou desde então. O conhecimento que tenho da revolução de Abril foi obtido do escasso ensino na escola, de uns livros que li, de umas notícias anuais sobre a efeméride; nada que me fosse transmitido de viva-voz, nada que ficasse marcado em mim! É com desconsolo sincero que digo «não sentir» o 25 de Abril. E como eu, tantos. Mas de facto, a revolução de ontem, como a lembramos hoje, morreu. É um acontecimento belíssimo da historia de Portugal mas as gerações que a sentem estão a desaparecer; as que ficam encaram este dia como «um feriado» e se lhes perguntarem pormenores sobre a data desembolsam uns chavões quaisquer e tentam sair imaculadas, na medida do possível, de tão constrangedor inquérito. Nada sabem porque na realidade não o sentem, não foi a «sua» revolução. Há 34 anos, que era eu senão um mero «projecto» de existência? A revolução existiu enquanto acontecimento, existe enquanto memória, mas está morta, ou moribunda pelo menos, porque a sua "alma" abandona lentamente, ano após ano, o seu corpo... O mundo mudou, as ditaduras são outras! Mais imperceptíveis mas igualmente limitadoras e, quiçá, dada a sua subtileza, mais perigosas. A luta pela Liberdade deverá ser feita todos os dias, só precisamos de tomar consciência dessa necessidade. Acho verdadeiramente exemplar e orgulho-me que no meu país se consagre um feriado a tão nobre ideia! mas este dia não deveria exaltar um acontecimento passado, aprisionado na memória, rígido, frio e estático, porque morto. É preciso encher a Liberdade de Vida fazendo a Revolução todos os dias!

Num sentido prático, e porque tem de se começar por pequenos passos, sugiro um Dia da Liberdade Europeu: celebrado por todos, simultaneamente, novos e velhos, como expressão máxima de uma civilização. Um dia em que se alertaria para a importância de ser possível exprimir livremente as ideias, de criar livremente, de concretizar os projectos, de dar asas ao génio criativo que há em cada ser humano, independentemente da sua religião ou idade! Um dia de educação para o sentido da Responsabilidade já que a liberdade de cada um termina onde começa a do outro. Um dia de exaltação do respeito mútuo e o prazer de aprender com a diferença. Um dia de educação para a partilha! O NOVO dia da Liberdade deveria ser um dia de exaltação do individuo e da sua capacidade criativa, responsável e consciente. Um dia Humanista por excelência. Um dia de abertura de horizontes e de alargamento de consciência. Creio que nos encontramos num momento da História em que se torna necessário repensar a nossa acção e dar um real significado aos nossos dias, ao nosso tempo. Não basta exaltar os valores, é preciso vivê-los, compreender a sua importância, insuflá-los de ar renovado, de vida nova para que possam vibrar no espírito. Só com a consciência plena do que é a Liberdade é que esta terá a sua expressão máxima!




terça-feira, 8 de abril de 2008

HUMAN RIGHTS ABUSE: "Never Again" (?)







Political will is needed!!
Enough of impunity, stop the genocide!!
NEVER AGAIN.

The Road to Beijing

«The Summer Olympic Games will begin in Beijing, China.

China's economic, political, and military ties to the Sudanese government give it considerable influence over Sudan's decisions. China therefore has a tremendous responsibility to help end the violence in Darfur.

Unfortunately, so far, China's actions have not been enough.

As the 2008 Olympics draw near, we must ramp up world pressure on China to help end the genocide in Darfur. Click the link below now to sign a petition to help make sure China gets the message.

http://action.savedarfur.org/campaign/china_olympics0712_TRWeb

For many of us, the Olympic Games represent a worldwide celebration of hope for peace.

Unfortunately, this Olympic dream has not yet reached Darfur.»

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Bhutan adapting to Democracy

CurrentTV has posted a touching short video on Bhutan, the unspoiled, mountainous kingdom that just held the first elections for its 47-seat parliament on March 24. As you'll see in the video, the Bhutanese are a little unsure what to make of this whole "democracy" thing, and many are unhappy about the recent arrival of another Western innovation: television! Will "westernization" end up destroying the "Gross National Happiness" index?


«The most powerful weapon America has is not nuclear bombs but "westernization"»
Couldn´t agree more, for the good and for the bad! Our culture is indeed the most powerful weapon we have and we should use it against our "enemies", since we´ve been talking recently about it...


quinta-feira, 3 de abril de 2008

Freedom of speech vs "civilizationphobia."

This video was taken from jihadwatch.org; here Pat Condell (former comedian(?)) speaks out about Fitna (the documentary about Islam made by Dutch gentleman Geert Wilders) and the reaction to it. Listen carefully because, even if sometimes he seems to be joking, he is, in fact, giving a serious opinion on the way we behave when it comes to defend our cultural/social values.



Off all the values the West praises I think FREEDOM is definitely the most important. To me it´s the only value that´s worth my life. I wouldn´t think twice if I had to give my life for it! Freedom of speech, freedom itself!, is the greatest achievement of western civilization. Well, actually first you must be free to make your choices and to express your thoughts and then we´ll see if you deserve to be called "civilized". There can be no "civilization" without freedom. Without freedom you can live peacefully but you´ll be living in mediocrity. You may act "civilized", apparently doing no harm and behaving correctly, respecting an imposed morality but is that being civilized? No, that´s just being a prisoner.

Despite all the opinions you might have on mr. Wilder´s movie on one thing we must all agree: he had the right to do it and he should be encouraged by all western civilized people to show it to the world. It´s OUR way of being. We are FREE people and we should be allowed to freely express our ideas as long as they don´t offend the dignity of others and they don´t incite to violence which definitely Fitna doesn´t!

"People living 500 years from now will look back on this period of history, and they'll laugh at us. Well, wouldn't you?"


I could be already laughing, but not because of muslims...they are unable to amuse me by now- their jokes are dirty and old and they are lame performers; sometimes the jokes are so senseless they get so utterly embarrassed that they even prefer to explode themselves, putting a definitive end to their miserable useless lives! Anyway,I could still try to laugh at the ridiculous muslims...the thing is, when I look to some of "our" politicians, to the pathetic way they behave all the time, I get sad and a bit desperate and I feel I want to cry. They are getting as lame as muslims-eventually they should consider exploding themselves too (far from us, please!, show some dignity and don´t copyright muslims).

"We" could be already making real fun out of the muslims, getting very nice laughters with the cartoons and movies, in a real mockery the old-western way but no...we are headless chickens, completely clueless, brainwashed and pathetic like some muslims are.
(...)
500 years...will that be enough time to "clean" (by "natural selection", of course! let´s not artificially speed the process...it´s not so funny when we do so, believe me!) the world from stupid mentally ill people? I hope so, then Humankind can finally laugh at ALL of us!!

sábado, 29 de março de 2008

Falling on the trap [again and again]

What´s the TRUTH behind the 9/11? What´s the real purpose of this “war against terrorism”? And how am I supposed to react when mr. Bush says he is in the White House “because God wanted” or even worse, when after a 5 year war that he started with a fake purpose (weapons of mass destruction…«Why did God put our oil in the middle east?» asks John Stewart, the comedian on the Daily Show) he comes out saying he would do it again? Knowing all the lives that were lost and all the money the US spent, the bad image “the west” now has in the world and worse, after spreading instability in a delicate part of the globe, he not only says he doesn’t regret the war he started but also that he would do it again. What excuse now “enlighted” Mr. President?


And what to say of the “suggestive” (picturesque!) expressions “New World Order”, “Axis of Evil”, “Crusade against terrorism" (just picking some)? Are we being manipulated to believe that the Muslims are responsible for the supposed, “marketed” idea that the world is an “unsafe place” and that the US is the only country capable of defending us? Why must Islam play the “Evil”? What makes west think he is the “Good”? Is Islam really a threat and if yes, what’s the real scale of the threat? What if the main source of the problem is the excess of attention we’ve been “forced”, naively induced, to give to the isolated attacks perpetrated by a small group of fanatics? How fair, how clear, how impartial is our judgement? Should we judge at all? How realistic is our Fear? And who should we fear, East or West?


“The West?!” you may ask me. Assuming the 911 was indeed perpetrated by Islamic fundamentalists, west found appropriate to start a “war on terrorism”. The solution seems to me, though, paradoxical: a complete contradiction in terms. The way to end violence is to use even more violence?! Basic 1st grade physics explains: if you feed the fire he won’t stop. Some Muslims are ignorant. Fanatics are a specific kind of ignorant: they are dangerous ignorant. But this inferior human condition is not restricted to Muslims; it’s a “democratic” illness that can be found all over the world even in the so-called “developed” and “civilized” western countries. Many westerns are ignorant and fanatic too, but not because they are illiterate (like most fanatic Muslims) but because of 2 reasons:


  1. They are unable or unwilling to think by themselves (despite having all the information available!!) and mostly
  2. Are morally corrupted.


Ignorant are everywhere. But now, should we kill the ignorant? Or harm them, make them suffer? Does a war seem a reasonable approach to the problem? Should we slaughter them, bomb them in an attempt to “clean” the world and to fully eradicate this poisonous seeds once and for all? Is this the “final solution”? (Sounds familiar?)


“What if they harm us, how should we react?” you may ask again.


Go back some 2000 years in History and you’ll find a very reasonable and wise answer to this question. With this I’m not saying you should be Christian: Jesus was just a common human being like each one of us, the thing is that he distinguished clearly right from wrong (in his words, because his Father guided his actions, telling him what to do); having God whispering on his hear or not the fact is Jesus was an inspirational human being who conquered a bright place in world History. What made Jesus so different, so “avant-garde”, so inspirational, so revealing and seductive, so influent, so special was His huge spiritual development, His morally strong behaviour, His believe that man can be genuinely good, he can overcome his bestiality through the elevation of the spirit. There is no miracle on this; no supra-natural powers are needed yet seems so hard (almost impossible) to achieve among us! Our “crusade” (this word is hateful, I shouldn’t even use it!) should be one of self-development, should be about spreading love and understanding and compassion. We should have learned already how to deal with hate; we had examples, living examples, great spiritual leaders, philosophers, writers, and artists from the most diverse areas and from the most diverse places on earth who taught us how to heal the wounds of Man. To fight Ignorance don’t will to teach or to impose your point of view by all means but instead be receptive to listen and to learn, to understand and to forgive! How many examples more does Mankind need? Will Mankind with its never ending grotesque bestiality end up destroying itself? We created technological highly sophisticated weaponry, the most effective killing machines ever seen but we completely forgot what being Human means.


We have come to a level of complexity such we must be very careful with the “leaders” we put on the command of our lives.


"Die Luftbrücke – Nur der Himmel war frei"

"Ponte Aérea: só o céu era livre" é o nome de uma série (2 episódios de 90´) que felizmente e por mero acaso tive oportunidade de ver na 2 durante as férias da Páscoa. Uma produção alemã (quanto a mim, as melhores da europa!) do realizador Dror Zahavi e com as participações dos actores Heino Ferch, Bettina Zimmermann e Ulrich Tukur que, citando a sinopse que se encontra ainda na 2, retrata "a poderosa história de amor passada no cenário dramático que foi a ponte aérea de Berlim: um acontecimento quase esquecido do século passado, que mudou o curso da Guerra Fria e a própria história mundial, até aos nossos dias. Pilotos americanos que três anos antes haviam bombardeado Berlim, agora mobilizavam-se arriscando a vida para salvar os seus habitantes." Pelo meio uma linda e "humaníssima" história de amor. Vale pelas magnificas interpretações, pelos cenários, pela história/argumento e pela História/conhecimento! Encontrei um vídeo apenas com cenas do filme; apesar de não ter legendas deixo-o aqui para mostrar "o género" e ver se vos alicio a procurarem-no. Eu voltarei a vê-lo, sem dúvida! ;)






quarta-feira, 26 de março de 2008

Ignorância «à Lord»

Um novo mapa para o "Allgarve" (neste momento um sublinhado vermelho avisa-me inocentemente que a palavra está mal escrita! pufff...) publicado no Financial Times de 13 de Outubro de 2007.

Two things are infinite: the universe and human stupidity; and I'm not sure about the universe. (Albert Eisntein)


quarta-feira, 19 de março de 2008

Preocupante!!

Citando o autor (?) do vídeo "As paredes de betão entre Lisboa e o rio multiplicam-se de forma preocupante e ao que parece, de forma definitiva. A cidade de Lisboa deixou de ter direito ao Tejo, o rio que lhe deu alma ao longo de toda a sua história. Hoje o contacto de Lisboa com o seu rio é marcado por zonas abandonadas, esquecidas e inúmeras com obras."



Quanto às obras, melhores dias virão (esperemos!); em relação às zonas abandonadas é necessário não serem esquecidas sendo sempre importante apelar à consciência cívica e acção interventiva dos portugueses porque esta não é uma questão apenas dos Lisboetas mas de todos nós. Será necessário lembrar o prédio Coutinho em Viana do Castelo ou as Torres de Ofir? É necessário estar atento às intervenções feitas nas zonas ribeirinhas (e noutros espaços naturais!) para evitar que sejam desfiguradas e impactadas com construções (muitas vezes com as tais "volumetrias" exageradas!) que nos impeçam de usufruir plenamente desses espaços públicos naturais que são de todos por direito!

sábado, 8 de março de 2008

Falava eu [ironicamente] numa "Apologia do Individualismo"....

...quando dei de caras com um artigo muito interessante no "The Brussels Journal" (:

citando: "It is not surprising that between 1991 and 2001 deaths exceeded births by more than 40,000 [o artigo fala da Grécia mas bem podia falar de Portugal...]. The rearing of a family involves an unconditional commitment to another person, an undertaking whose emotional and financial costs are obvious and direct while many of the benefits are spread out in society and over time. A family man would say that nothing could compensate for the joys of family, but in a society where the individual perceives himself as the centre of the universe committed to the proposition that all joys and pleasures are equal, the family becomes just another choice among others. When duty and virtue have become antiquated terms that one only finds in books no one reads, we have a declining society entangled in the most petty and ephemeral affairs. Unburdened by the past, unimpeded from posterity, there stands the modern Greek [repito: podia ser Português!!]: a person free of any civic and moral duties.

The coming of the welfare state brought the monetarization of civic responsibilities and gradually degraded them to special interest sloganeering." fim de citação

É esta a sociedade que temos. O primeiro passo para a mudança é a tomada de consciencia da necessidade de mudar.

terça-feira, 4 de março de 2008

Um romântico chamado Sarkozy

Não, não é por andar todo enamorada da Bruni, nada disso, ou por andar sempre aos abracinhos à chanceler alemã e até a um tal de Sócrates...não, não é por causa disto que lhe chamo romântico. Veja-se entes o que monsieur Sarkozy disse aquando da discussão do Tratado de Lisboa:

"C’est ce que j’ai fait en proposant l’Union de la Méditerranée parce que je suis convaincu qu’en tournant le dos au Sud l’Europe ne tournerait pas le dos à son passé mais à son avenir. Parce que je suis convaincu qu’il faut unir les pays de la Méditerranée entre eux, non seulement parce qu’une part du destin de l’Europe et de la paix du monde se jouent là, mais aussi pour qu’un jour le grand rêve de l’Eurafrique puisse devenir une réalité."

Há uma missão superior para os preguiçosos do Sul da Europa: conseguirem a paz no Mundo.
Aceitamos a missão "quase impossível" ,com bastante agrado, desde que possamos começar só amanhã ou depois de amanhã, ok?
Só mais uma coisinha: acho que o Sarkozy andou a ler Pde António Vieira ou Pessoa...pelo menos faz-me lembrar, de repente, alguma coisa...um tal império cultural e de amor, de fraternidade, de conversão espiritual, e neste caso, não só restrito a uma "pequena" nação mas extenso a todos os povos do mediterrâneo. Interessante. É UM ROMÂNTICO!!